Grupo de combate ao crime organizado do MP-SP vai ajudar a investigar o ataque ao assentamento do MST

  • 13/01/2025
(Foto: Reprodução)
Ataque ocorreu na noite da última sexta-feira (10), no assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP). Duas pessoas morreram e outras seis ficaram feridas. O Ministério dos Direitos Humanos vai incluir nesta semana os moradores do assentamento em um programa nacional de proteção. Gaeco vai ajudar na investigação de ataque em assentamento do MST O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) anunciou, nesta segunda-feira (13), que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) vai ajudar na investigação do ataque ao assentamento do MST em Tremembé (SP). Dois homens foram mortos a tiros e seis pessoas ficaram feridas após serem baleadas, na noite da última sexta-feira (10), durante um ataque a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), na zona rural de Tremembé, no interior de São Paulo. Um homem foi preso e outro está foragido. Os dois são suspeitos de terem participação no crime - leia mais abaixo. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp O Gaeco informou que o objetivo de atuar em conjunto na investigação com as outras forças de segurança, como a Polícia Civil e a Polícia Federal, “é somar esforços para que o Ministério Público de São Paulo ofereça à sociedade paulista pronta resposta a este episódio de violência”. A investigação inicial da Polícia Civil aponta que a causa do ataque foi uma disputa por um terreno que faz parte do assentamento. No entanto, como as análises ainda estão no início, a polícia não descarta outros cenários. “Tudo indica que seria um confronto por causa de um terreno existente desse assentamento, mas as informações nesse momento ainda são informações precárias. Precisamos avaliar melhor, ouvir outras pessoas e entender perfeitamente a dinâmica dos fatos”, disse o delegado Vinicius Garcia, da DEIC de Taubaté. LEIA TAMBÉM: O que se sabe sobre ataque que deixou mortos em assentamento do MST Na presença de ministros, multidão pede 'justiça' durante velório de vítimas do ataque Polícia prende homem acusado de ter chefiado ataque a assentamento do MST Corpos de 2 integrantes do MST mortos a tiros em assentamento são velados Na tarde desta segunda-feira (13) não houve movimentação no lote onde aconteceu o ataque. Segundo o coordenador local do MST, os moradores do assentamento estão com medo. “A gente tem a preocupação do retorno deles, a exposição da imagem deles. Todos os familiares vão estar sentando para fazer um planejamento de como a gente vai conduzir tudo isso", disse Altamir Bastos, líder regional do MST. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania anunciou a inclusão dos moradores do assentamento Olga Benário em um programa de proteção. A previsão é que os moradores sejam ouvidos pela equipe do ministério na tarde desta terça-feira (14). “Nós devemos ficar a semana toda em Tremembé, até que todas as pessoas sejam ouvidas e tenham seu plano de proteção elaborado e dialogadas com elas, com as pessoas que serão beneficiadas pelo programa nacional de proteção”, informou Igor Martini, coordenador geral do programa de proteção do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania. O ataque ocorreu no assentamento Olga Benário. Cerca de 200 pessoas vivem legalmente no local, que tem 46 lotes regularizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há 20 anos. O lote onde o crime ocorreu estava desocupado à espera da finalização de um processo de transferência de posse. Segundo o MST, cerca de 15 moradores estavam no local para garantir que não houvesse invasão irregular, quando um grupo chegou atirando e cometeu o ataque contra a comunidade. O caso segue sendo investigado. VÍDEO mostra momento em que suspeito de chefiar ataque a assentamento do MST é preso Buscas por 2º suspeito O Tribunal da Justiça acatou neste domingo (12) o pedido de prisão temporária do segundo suspeito de envolvimento no ataque ao assentamento Olga Benário do MST, em Tremembé (SP). O homem foi reconhecido por uma das vítimas que estão internadas e também foi identificado pelo suspeito que já está preso, que apontou a participação dele no ataque. Ele está foragido e é procurado pela polícia. No sábado (11), um homem de 41 anos, suspeito de ter chefiado o ataque, foi preso pela Polícia Civil - veja vídeo acima. No boletim de ocorrência, o suspeito foi identificado como Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido na região pelo apelido "Nero do piseiro". Ele confessou para a polícia que esteve no assentamento, mas negou que tenha atirado contra os moradores - leia mais abaixo. O delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra, afirma que as investigações também buscam apontar quem foi o mandante do crime. "A polícia agora busca entender quem tentava negociar com o terreno de uma maneira irregular, impossível legalmente de ser negociado. E essa pessoa, sim, é o mandante intelectual. É o idealizador da violência. Mas aqueles que foram, aqueles que chegaram nos carros, nas motos, e atiraram, como executores que são, responderão pelos crimes de homicídio de uma maneira coletiva", disse. PF investiga assassinato de 2 pessoas em assentamento do MST no interior de SP O único suspeito preso, até o momento, é Antônio Martins dos Santos Filho, o "Nero do piseiro". O homem foi preso no sábado, em uma casa no bairro Santa Teresa, em Taubaté, cidade vizinha de Tremembé. Em depoimento para a polícia, Antônio contou que estava no assentamento na noite de sexta-feira, quando houve o ataque, mas ele alegou que não atirou contra os moradores. “Disse que a motivação seria uma briga por um terreno existente no interior do assentamento. Disse que foi até o local tirar satisfação; negou que tenha sido o autor dos tiros”, diz trecho do boletim da polícia. Com Antônio, uma moto vermelha, que teria sido utilizada no ataque, foi apreendida. A polícia alega que o próprio preso confessou que a moto foi usada no dia e que a moto estava suja de barro. A reportagem não conseguiu localizar as defesas de Antônio. A matéria será atualizada caso os advogados se manifestem. Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, foram atingidos pelos disparos e não resistiram aos ferimentos. Divulgação/MST Ataque a assentamento do MST em Tremembé (SP) deixa dois mortos e seis feridos Arte/g1 Investigação da Polícia Federal O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, na tarde deste sábado (11), que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o ataque que ocorreu em um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Tremembé, no interior de São Paulo. No ofício enviado para a Polícia Federal, o ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, citou que houve violação aos direitos humanos das famílias que fazem parte do assentamento. Ainda segundo o Ministério, uma equipe da Polícia Federal - com agentes, perito e papiloscopista - foi até o assentamento neste sábado (11) para dar início às investigações sobre o crime. Ataque a assentamento do MST em Tremembé (SP) deixa mortos e feridos O ataque Dois homens foram mortos a tiros e seis pessoas ficaram feridas após serem baleadas, na noite desta sexta-feira (10), durante um ataque a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), na zona rural de Tremembé, no interior de São Paulo. O caso foi registrado na delegacia de plantão em Taubaté e é investigado pela Polícia Civil de Tremembé como homicídio e tentativa de homicídio. De acordo com o boletim de ocorrência, o crime aconteceu por volta das 23h, no assentamento Olga Benário, que fica na Estrada Kanegae. Ainda segundo o documento, testemunhas e sobreviventes relataram para a polícia que cinco carros e três motos invadiram o local durante a noite e que as pessoas dos veículos efetuaram diversos tiros contra os moradores do local. Consta no boletim de ocorrência que Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, foram atingidos pelos disparos, não resistiram aos ferimentos e morreram no local. Outras seis pessoas que moram na comunidade foram baleadas e ficaram feridas. Os sobreviventes são três homens e três mulheres. Os baleados foram socorridos e levados para o Hospital Regional de Taubaté e para o pronto-socorro de Tremembé. Não há informações sobre o estado de saúde dos feridos. O assentamento é regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) há cerca de 20 anos para o Movimento dos Sem Terra. Segundo a assessoria do MST, cerca de 45 famílias vivem no local. Assentamento Olga Benário, do MST, em Tremembé, SP. Rauston Naves/TV Vanguarda Ministério Agrário emite nota de repúdio O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar emitiu uma nota de repúdio, informando que "repudia o crime e manifesta solidariedade e apoio aos assentados da reforma agrária, especialmente às famílias de Valdir do Nascimento e do jovem Gleison Barbosa Carvalho, brutalmente assassinados neste caso". Ainda segundo a pasta, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, "entrou em contato com autoridades estaduais e nacionais da área da segurança pública para pedir providências e punição do crime que classificou como bárbaro". Ministério dos Direitos Humanos diz que vai reforçar proteção O Ministério de Direitos Humanos e Cidadania informou que "está buscando mais informações sobre os fatos ocorridos e oferecerá assistência para as lideranças do assentamento e sua coletividade". Ainda segundo o Ministério, "o grave ataque contra o assentamento do MST e o assassinato de lideranças soma-se aos alertas anteriores para a urgência de fortalecimento das políticas de proteção aos defensores de direitos humanos que integrem as esferas federal e estadual, os sistemas de Justiça e de Segurança Pública e as redes de proteção". Em 2025, o Ministério informou que "vai reforçar suas ações para o fortalecimento das práticas coletivas de proteção das comunidades, associações, grupos, organizações, coletivos e movimentos da sociedade civil que fazem a proteção popular desses agentes". O assentamento do MST que foi alvo do ataque fica na zona rural de Tremembé. Reprodução/TV Vanguarda Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina

FONTE: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2025/01/13/grupo-de-combate-ao-crime-organizado-do-mp-sp-vai-ajudar-a-investigar-o-ataque-ao-assentamento-do-mst.ghtml


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